Ele já havia sido preso antes, porém foi solto em audiência de custódia no início do mês
Foto: Divulgação
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"Eu só abraçava e dava beijinhos como forma de carinho. Só que para a Justiça tudo o que se faz hoje é estupro". Foi com esse argumento que o professor do ensino fundamental C. A. P. C, de 47 anos, se defendeu ao ser acusado por estupro de vulnerável. Ele foi apresentado na manhã desta quarta-feira (17), pela equipe da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), bairro Planalto, Zona Centro-Oeste, após investigações que chegaram a mais duas vítimas.
A prisão do professor aconteceu por volta das 10h, dessa terça-feira (16), em uma quitinete, na rua Igrapiúna, bairro Alvorada 3, Zona Centro-Oeste. Raimundo já havia sido preso no dia 1° de outubro deste anos, após ser acusado de estuprar uma das suas alunas, em uma escola municipal onde ele lecionava, no bairro Colônia Santo Antônio, Zona Norte. Ele chegou a fugir para o Iranduba.
A vítima, uma criança de oito anos, relatou para a mãe que durante o intervalo de recreio, o professor teria levantado a blusa dela e, em seguida, apalpado e chupado os mamilos. O fato ocorreu em uma área reservada da escola.
Após o ato, os pais da criança denunciaram o caso na Depca. Raimundo chegou a ser preso, mas foi solto pela Justiça durante audiência de custódia. Na ocasião, dois advogados acompanhavam o professor.
Ao logo das investigações, a equipe da Depca identificou que além da menina de oito anos, outras duas crianças, ambas de nove anos, também foram vítimas dos abusos sexuais. Em depoimento, as meninas contaram que não denunciavam o caso por medo.
Diante dos fatos, a delegada Joyce Coelho, titular da Depca, representou junto à Justiça o mandado de prisão preventiva. Ao saber que seria preso, Raimundo fugiu para a comunidade do Catalão, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus).
Os familiares chegaram a registrar um Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento na Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops), situado no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil.
Ao longo das investigações, a equipe da Depca localizou Raimundo, que, ao perceber os policiais civis, armou-se de uma faca atrás da porta do imóvel na tentativa de resistir à prisão.
Após os policiais civis entrarem no quarto, Raimundo jogou a faca e se entregou à polícia. Com ele, ainda foram encontrados um caderno de anotações, um celular analógico, com outro número de contato, além de uma carteira para armazenar o caderno de anotações.
Durante a coletiva de imprensa, o professor declarou que estava fazendo apenas carinhos nas crianças sem malícia.
Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ficará preso à disposição da Justiça no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), no quilômetro 8 da rodovia federal BR-174.
Entenda o caso
O homem é acusado de aliciar uma menina de oito anos. Após o flagrante, ele passou pelos procedimentos cabíveis na Depca e foi apresentado na audiência, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, bairro São Francisco, Zona Sul, onde foi solto para responder pelo crime em liberdade.
Na audiência, a juíza Rosália Guimarães Sarmento disse que o Ministério Público considerou que a prisão em flagrante foi ilegal. Conforme a decisão, a magistrada determinou a adoção de medida protetiva à vítima. Na qual o professor e a aluna não devem ter contato ou ficar no mesmo ambiente.
O crime
Conforme o registro policial, o crime ocorreu por volta das 9h durante intervalo de recreio da escola, localizada na rua São Benedito, bairro Colônia Santo Antônio, Zona Norte de Manaus.
Ao Em Tempo, o pai da vítima, de 30 anos, relatou que a filha sentiu dores no mamilo e contou para a mãe de 36 anos que o professor tinha levantado a blusa dela e chupado o mamilo.
"A minha filha reclamou para mãe dela que estava com dores no mamilo. Ela disse que o professor levantou a blusa dela e chupou o mamilo durante o horário de recreio. Isso é um absurdo! O professor está na escola para educar e não para aliciar", reclamou o pai.
Protesto
O protesto ocorreu nesta quinta-feira, por volta das 11h em frente à unidade de ensino, na Zona Norte da cidade, onde os crimes teriam ocorrido. Com cartazes, dezenas de manifestantes pediram a prisão do professor.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que o professor foi afastado das funções até a conclusão das investigações.
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