Volta do botão iniciar e novo navegador são as principais novidades da versão 10 do sistema operacional mais popular do planeta
Há 40 anos, a Microsoft apresentou a primeira versão do Windows e, nesta quarta-feira, lança a última. O Windows 10 é considerado pela companhia como a versão definitiva do sistema operacional presente em quase 90% dos computadores de todo o mundo. A atualização já está disponível e é gratuita para donos de PCs e tablets com Windows 7, 8 e 8.1 — smartphones ficam para o fim do ano. As principais novidades são a volta do botão iniciar e o Microsoft Edge, sucessor do Internet Explorer.
— É o último Windows, essa é a proposta. O Windows 10 representa o reposicionamento do produto como um serviço — explicou Gustavo Lang, diretor do Windows no Brasil. — A ideia é manter todas as máquinas rodando a versão mais atualizada do sistema operacional. Nós não vemos para o futuro o Windows 11, o 12...
Os primeiros a receberem a novidade serão os cerca de 5 milhões de usuários que participaram do programa Windows Insider, seguidos pelos que já fizeram uma reserva. Numa terceira etapa, qualquer pessoa poderá fazer a atualização pelo Windows Update ou pelo site da companhia. Para novos clientes, a versão digital do sistema operacional já está à venda pelo site da Microsoft e, nos próximos dias, a física chega ao varejo. O objetivo é acelerar ao máximo a adoção do novo software, para alcançar base instalada de 1 bilhão de máquinas até 2018.
Para evitar o vexame passado com o lançamento do Windows 8, a Microsoft chamou, pela primeira vez, os usuários para participarem dos últimos acertos do programa. Desde setembro do ano passado, cerca de 5 milhões de pessoas, entre profissionais de TI e curiosos, estão rodando versões de teste. Dessa forma, foi possível moldar o sistema operacional às necessidades dos consumidores e consertar, antes da chegada do produto ao mercado, falhas ou problemas de compatibilidade.
A maior mudança foi o retorno do desktop e do botão iniciar. A função estava presente em todas as versões do Windows até o 8, e retornou, de forma tímida, no 8.1. Por outro lado, a apresentação Live Tile não foi abandonada. Agora, o consumidor pode decidir qual a melhor forma de uso.
O botão iniciar não apenas retornou, como recebeu melhorias. Além do acesso aos ícones e pastas, uma versão reduzida dos Live Tiles permite acesso rápido aos programas mais utilizados e outras informações relevantes, mas sem ocupar toda a tela.
— A gente está reunindo os mundos dos Windows 7 e 8. A visualização do desktop, com os ícones e o botão iniciar, é ideal para quem usa o computador com mouse e teclado. Quem tem tela touch, pode preferir os blocos dinâmicos. Então nós deixamos para o usuário escolher como ele quer usar — disse Lang.
O Internet Explorer, que acompanha o Windows desde 1995, foi substituído pelo Microsoft Edge. A companhia promete uma navegação mais rápida e novas funções, como o Hub, que reúne os sites favoritos, a lista de leitura, o histórico de navegação e os downloads ativos. Mas a grande novidade é a possibilidade de fazer anotações diretamente nas páginas web, algo inédito no mercado.
— A gente transformou o navegador, que era basicamente um software para consumo de conteúdo, em uma ferramenta de produtividade — disse o diretor da Microsoft.
ASSISTENTE CORTANA NOS COMPUTADORES
A Microsoft também adicionou a assistente pessoal Cortana, conhecida do Windows Phone, aos tablets e PCs. A partir de hoje, o Windows 10 já terá o programinha nos EUA, Reino Unido, China, França, Itália e Espanha, mas novos mercados serão adicionados ainda este ano, inclusive o brasileiro, aos menos para os participantes do Windows Insider.
— O processo de introdução da Cortana em um novo país é demorado. Não basta selecionar um voz e traduzir o conteúdo. Nós precisamos adaptar o senso de humor, ela precisa ser completamente adaptada à nova cultura. Moldada para ser bem recebida no Brasil — explicou Lang.
O Windows 10 chega para consertar uma fraqueza do sistema operacional no mercado mobile. A principal crítica aos smartphones com o software da Microsoft é a falta de aplicativos, pois a plataforma não é atrativa aos desenvolvedores por causa do número baixo de instalações quando comparado com os líderes Android e iOS. A partir de agora, todas as versões compartilham do mesmo código, seja em tablets, notebooks, desktops, Surface Hub, smartphones e até o Hololens, o Xbox One e os futuros dispositivos de internet das coisas.
Programadores já podem criar “aplicativos universais”, que rodam da mesma forma em todos os dispositivos. A única diferença é a forma de apresentação, que deve ser adaptada aos diferentes formatos e tamanhos de tela.
INTEGRAÇÃO COM XBOX ONE
E essa integração permitiu à Microsoft anunciar uma novidade bem-vinda pelos gamers: o Xbox App. Pelo PC (ou tablet e, em breve, pelo smartphone) é possível interagir com a comunidade Xbox Live, fazer o streaming do Xbox One e, para jogos produzidos como “aplicativos universais”, será possível disputar partidas multijogador entre os diferentes dispositivos.
— Quem está no Xbox One pode jogar contra outra pessoa que está no tablet, no PC ou no smartphone — explicou Lang.
Serão sete versões diferentes do Windows 10, sendo quatro para PCs e tablets. A Home e a Pro são voltadas para o consumidor doméstico e pequenas e médias empresas. A Enterprise será para grandes companhias e a Education, para escolas e universidades. Os smartphones terão as versões Mobile, para o consumidor comum, e a Mobile Enterprise, para empresas. A Microsoft também pensou numa versão IoT, para robôs, sensores e máquinas conectadas.