Com a menor captação de leite e a demanda crescendo, mesmo que em ritmo menor que o esperado, foi registrada alta nos preços pagos pelo leite em Minas Gerais
Foto: Divulgação
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Em abril, referente à produção entregue em março, o pecuarista mineiro recebeu, em média líquida, 7,6% a mais pelo litro do leite quando comparado com o mês anterior. O litro foi negociado a R$ 1,20. Esta foi a terceira alta consecutiva e é considerada fundamental para a atividade, que nos meses anteriores acumulou prejuízos em função dos baixos preços e custos elevados de produção.
De acordo com o zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, a tendência é de mercado firme para o leite até meados de julho. Além do período de seca nas principais regiões produtoras de leite, como em Minas Gerais, o que prejudica a produção de pastagens, o aumento dos preços do milho e do farelo de soja contribuiu para a menor produção e, consequente, elevação dos preços. Além disso, após meses acumulando prejuízos, muitos pecuaristas reduziram a produção, o que também favorece a valorização do produto.
Com a intensificação do período seco e a redução das pastagens, a captação de leite segue em queda nos principais estados produtores. Em Minas Gerais, segundo a Scot Consultoria, em março, a queda na captação foi de 4,2% e de 2,3% em abril. Já o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), registrou uma captação 5,9% menor em março.
“Desde dezembro vem sendo registrada queda na captação de leite na região Sudeste e central do País e maior concorrência dos laticínios pela matéria-prima, que é o leite cru.
Junto a estes fatores também está o aumento dos custos de produção. Dessa forma, o preço do leite vem subindo desde fevereiro. Do lado da demanda, ainda que timidamente, tivemos uma melhoria, o que provocou aumento no atacado e varejo e permitindo o repasse para o produtor de leite”.
De acordo com os dados divulgados pelo Cepea, com a queda na captação e a elevação de 7,6% verificada nos preços pagos em abril, o litro de leite passou a ser negociado, na média líquida estadual, a R$ 1,20. O valor bruto médio estadual alcançou R$ 1,31 por litro, variação positiva de 7,87% frente ao preço praticado no mês anterior. Com a intensificação do período seco no Estado, a tendência é de novas reduções no volume de leite e de aumento nos preços.
Previsão
“A situação dos produtores está um pouco mais favorável e a previsão é de novas altas nos preços até julho. A recuperação do consumo está ocorrendo e contribuindo para sustentar os preços, porém, o ritmo ainda está muito aquém do esperado. Isto acontece devido ao cenário de crise econômica e alta taxa de desemprego. Daqui para frente, o clima mais frio pode ampliar a demanda por lácteos, como queijos, por exemplo”.
Segundo as pesquisas da Scot Consultoria, para 74% dos entrevistados, a tendência é de nova valorização dos preços do leite em maio. Apenas 26% acreditam na manutenção dos preços.
“O viés é de alta até julho, mas vai depender de uma reação do consumo. A demanda do mercado interno está melhor que a vivenciada no ano passado, mas a recuperação ainda está a passos lentos. A atenção fica por conta do clima, com uma situação mais severa de seca e qualidade menor de pastagem. Com a alta dos custos com milho e farelo, a tendência é de produção menor”, explicou Ribeiro.
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