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A declaração do prefeito de Porto Velho, doutor Hildon Chaves, de que o setor da saúde pública municipal tem recursos financeiros, mas padece com a carência de gerenciamento eficaz deve ter uma consequência.
A primeira e, certamente, a mais importante, porque é o chefe do executivo municipal quem reconhece o problema e o nível de insatisfação da população usuária com essa área. Depois, pelo fato de que a ausência de uma gestão eficiente compromete toda a estrutura da rede pública de saúde, já insuficiente para atender a demanda.
Entretanto, não há nenhuma novidade na fala do prefeito. Ele apenas repetiu o que vem sendo dito e denunciando há anos, envolvendo várias administrações municipais. A esperança é que o prefeito, após reconhecer o óbvio ululante, apresse os procedimentos para enfrentar a situação, que se apresenta como uma ameaça à vida de muitos que precisam desse serviço.
Se há problemas de gestão, como o próprio prefeito disse, há, consequentemente, desperdício de dinheiro público. E isso é inaceitável, sobretudo num setor que acumula uma série de erros que vão dos desvios de conduta a adoção de modelos inadequados.
O paciente, a saúde municipal, está há muito tempo na UTI, precisando de um tratamento de choque, pois enquanto as autoridades responsáveis pelo setor ficam discutindo o sexo dos anjos, a população vem sendo punida duramente. O choque de gestão, proposto pelo prefeito, durante a campanha eleitoral, precisa ser traduzido em ações concretas e, nesse caso, na firme determinação de criar uma estrutura que realmente funcione para a área da saúde.
O prefeito Hildon Chaves acerta quando reconhece que há problema na condução de um dos segmentos mais sensíveis dos gestores públicos, mas só isso não basta. É preciso arregaçar as mangas e trabalhar duro para melhorar a qualidade dos serviços, até porque essa é uma exigência legal e uma responsabilidade constitucional.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!