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Bom tempo aquele em que os moradores de Porto Velho podiam colocar as cadeiras nas calçadas e ficar até altas horas conversando amenidades com familiares, amigos e vizinhos, desfrutando de um cafezinho. Quem se atrever a fazer isso hoje, corre o risco de acabar amarrado dentro de um banheiro e ter seus bens surrupiados. Ou, o que é pior, pegar um tiro no meio da cara.
A cada dia a capital é sacudida por um crime bárbaro, como consequência da violência e do desatino entre algumas camadas que compõem a sociedade. Dias atrás, um conhecido médico portovelhense foi agredido e humilhado por bandidos no interior de uma loja no centro da cidade.
Não que a brutalidade de que foi vitima o médico pelas mãos de pessoas cruéis, que não têm a mínima condição de conviverem em sociedade, seja um acontecimento diferente e, por isso mesmo, merecedor dessas considerações. Poderia ser qualquer cidadão, não importando a cor, credo ou classe social. O que mais revolta, porém, é a certeza da impunidade.
Diariamente, em todos os bairros e por qualquer motivo, muitas vezes de uma irrelevância que torna inexplicável a sua explosão, vidas são ceifadas, famílias são privadas da presença dos seus chefes e crianças são condenadas ao desamparo de um futuro incerto, revelando o apodrecimento de alguns segmentos sociais que, ensandecidos pelo desejo sádico de maltratar, espezinhar e matar, ou, enlouquecidos pelo uso de drogas, investem contra pessoas, em sua maioria, indefesas, como bactérias mortíferas que infectam e destroem um corpo humano.
Não sou cientista social (nem pretendo sê-lo) para esmiuçar os motivos determinantes dessa crescente onda de selvageria, mas, como cidadão, não posso me esquivar de recorrer às autoridades para que instrumentem cada vez melhor os organismos policiais a fim de que eles possam se tornar protetores reais da sociedade. Que saudade dos tempos das caldeiras nas calçadas!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!