A próxima pandemia poderá surgir no Berço do Madeira - Por Simon O. dos Santos

A próxima pandemia poderá surgir no Berço do Madeira - Por Simon O. dos Santos

Foto: Reprodução

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Beradeiros e beradeiras, a décima gestão Político Administrativa do Berço do Madeira terá início no dia primeiro de janeiro de 2025. Será emblemática, por dois motivos: O primeiro, é que em 2028, o Berço do Madeira completará 40 anos de emancipação, e o segundo, a emergência climática, mais do que nunca bateu de forma escancarada em nossa porta, ou melhor, em nossos olhos esfumaçados. O próximo prefeito terá que definir e defender uma agenda ambiental assertiva para lidar com os impactos das mudanças climáticas cada vez mais extremas e severas que assolam  o Berço do Madeira. 
 
Beradeiros e beradeiras! Ninguém está a salvo, os eventos recentes mostram que ainda estamos no miolo do furacão, ou melhor, no miolo das queimadas. Reflitam! Mas, reflitam mesmo: Antigamente, a gente pensava, ah! Nossos descendentes é que vão lidar com as mudanças climáticas, meu poço sempre teve água, eles que cavem um poço mais fundo. 
 
Quanto egoísmo beradeiros e beradeiras! Quando transitarem pela rodovia 425 em direção a Guajará-Mirim, parem um pouco sobre a ponte do igarapé Lage e observem ao lado esquerdo, um mero fio d’água serpenteando a areia e pedras e escorrendo em direção ao local de captação de água da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) que abastece o Berço do Madeira. A suspensão do fornecimento de água pode ser interrompida a qualquer momento. Acreditem! A presente crise hídrica está interconectada com esse cogumelo de fumaça gigante que paira sobre o Berço do Madeira.
 
Repito, meu caro beradeiro e caríssima beradeira! Ninguém está a salvo, o aquecimento global é uma realidade assustadora. Será esse o novo normal do clima? O que fazemos aqui no Berço do Madeira, impacta no resto do mundo.
 
Vejam um exemplo seu cético e negacionista beradeiro e beradeira! O processo de evaporação que ocorre nas florestas do Berço do Madeira cria os chamados “rios voadores” que levam vapor de água para a atmosfera, responsáveis por boa parte das chuvas em São Paulo, Paraná e outros Estados do sudeste e centro sul do Brasil. 
 
Outro exemplo! Vocês sabiam que as tempestades de areia que ocorrem no deserto do Saara, na África, trazem nutrientes que ajudam a fertilizar o solo no Berço do Madeira?
 
Acreditem! Mas, acreditem mesmo! Uma única frondosa Sumaúma pode injetar mil litros de água por dia nos céus do Berço do Madeira! Quantos litros de água injetaria na atmosfera a árvore que você cortou? Os rios de fumaça que se formam nesse momento nos céus do Berço do Madeira estão cobrindo os céus do Brasil.
 
Bom! Voltemos à Política. O Berço do Madeira tem três candidatos a prefeito e noventa e quatro candidatos a vereador registrados para disputar a presente eleição: Allen da Visão Rural, Marcélio Brasileiro e o Pastor Lindomar Rodrigues. Diante de tal emergência climática, é inadmissível beradeiros e beradeiras que os três candidatos a ocupar o Palácio 21 de julho a partir do próximo ano, não tragam para o debate em suas campanhas, a crise climática que afeta o Berço do Madeira.
 
Vocês eleitor e eleitora do Berço do Madeira! Fiquem atentos nas propostas de campanha do Allen da Visão Rural, do Marcélio Brasileiro e do Pastor Rodrigues: Tais candidatos apresentam propostas para construção de uma agenda ambiental para essa nova realidade? Quais políticas públicas defendem contra o aquecimento do Berço do Madeira?
 
Chegamos em uma encruzilhada beradeiros e beradeiras! Não podemos mais ignorar os eventos climáticos que assolam drasticamente o   Berço do Madeira, e o candidato que ignorar esse “novo normal do clima”, está desconectado da presente e apocalíptica realidade. 
 
As eleições municipais deste ano são a oportunidade de colocar em debate o enfrentamento das mudanças climáticas. Observe se essa questão está presente no discurso do seu candidato a prefeito e a vereador.  
 
Beradeiros e beradeiras! O Berço do Madeira é um microcosmo de todas as mazelas que ocorrem na Amazônia:  Desmatamentos ilegais, queimadas, garimpos clandestinos, agronegócio inconsequente, ação de grileiros, invasão de terras indígenas, de áreas de preservação permanente e contrabandos diversos. 
 
Fiquemos em alerta! Com a destruição acelerada de nosso ecossistema, o risco do aparecimento de novos vírus, bactérias ou outros patógenos, contra os quais temos pouca ou nenhuma defesa, pode desencadear a próxima pandemia. E ela poderá surgir no Berço do Madeira.
 
Simon O. dos Santos – Cronista
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