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ENTREVISTA HISTÓRICA
DJANIRA PIO – São Paulo, SP - 1º de JANEIRO de 2010.
Djanira Pio ( Djanira Arruda Pio Soares)
Nascida em Santa Rita do Passa Quatro, em 02 de Abril de 1935, Estado de São Paulo.
Trabalhou na Santa Casa de Misericórdia ate se formar professora, para poder lecionar.Aposentada como professora de Português, na rede pública estadual.
Mora na cidade de SP desde 1954, casada, tem 3 filhos. Sempre gostou de ler e logo começou a escrever, quando nem sabia que estava escrevendo. Escreve poesias, contos, minicontos, crônicas e romances.
Começou fazendo leituras de autores estrangeiros, porque os encontrava na Biblioteca da Escola. Começou e continuou a gostar muito dos autores mortos, porque todos estavam mortos. Esqueceu dos vivos.
SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever ?
DJANIRA PIO - Além de escrever trabalhei com o Magistério, sou professora aposentada.
SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário ?
DJANIRA PIO - Surgiu naturalmente. É como fotografar com palavras.
SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados dentro e fora do País ?
DJANIRA PIO - Tenho vários livros publicados, dentre eles: Seres Humanos, O Lado Avesso, Fragmentos - contos. A Cidade dos Sonhos, Um Canteiro de Margaridas e Seu Nome era Susana - romances, formando uma trilogia. Fora do país há o livro de poesias: Condidione, publicado na Itália em italiano e português, no ano de 2009.
SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir literatura ?
DJANIRA PIO - Não precisa muito. Basta ser sensível ao Planeta e à Humanidade.
SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira ?
DJANIRA PIO - São muitos os autores que gosto e admiro. Atualmente estou numa fase de adoração às mulheres escritoras. Deixarei de citar nomes para não ser injusta.
SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas ?
DJANIRA PIO - Minha mensagem para outros poetas é: Não tenha medo de se expor, escreva muito e sempre e não esqueça de ler muito também. Se os ecos de seus escritos não forem bons, não desanime e nem se entristeça. Continue escrevendo, conforme sua inspiração e suas convicções.
Dispersão
No escuro
sem vislumbrar
estrelas,
as ovelhas
se perderam
do rebanho.
*****
A Ultima Estação
Na fila
dos desamparados,
todos têm
cabeça branca,
os ombros
são arqueados,
carregam o peso
do tempo.
O rosto marcado
pelos infortúnios
e os olhos tristes
dos abandonados.
Ficam ali,
na fila, silenciados
como cordeiros.
Escolhidos e separados
para o sacrifício.
*****
Visão
Hoje
encontrei minha mãe,
num ponto de ônibus
da periferia.
Bonitinha,
miudinha.
O cabelo era o mesmo,
o corpo era o seu
e esperava o ônibus
da periferia.
Um calor filial
se instalou em mim,
pela visão de minha mãe,
lembranças de acalanto.
Hoje
encontrei minha mãe
que não era minha mãe.
Os cabelos eram dela
o porte era dela,
o tempo não era dela.
Era quase minha mãe.
*****
Trevas
A noite
não é escura.
Escuras
são as trevas
que envolvem
meu coração,
nessas horas abismais
em que os anjos
adormecem.
*****
Sonhos
Ai, que meus sonhos
se foram.
Não me avisaram
e não deixaram sinais.
Corri no vento e no tempo,
na fria desilusão.
Perdi os sonhos dourados
e pus-me
a chorar em vão.
Ai, que meus sonhos
se foram
sem nenhuma razão.
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