Foto: Divulgação
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Folha Jovem - João Albuquerque
Antônio Marcolino Júnior da Silva, 24, é um retrato fiel do Brasil que deu certo. Ele faz parte de um exército de brasileiros que abriu o próprio negócio pelo empreendedorismo por
necessidade, e não por oportunidade, que é o caminho mais fácil para se conseguir o sucesso.
É cada vez maior no País, o número de empresas que fecham, quando seus empreendedores se arriscam no mundo empresarial meramente pela sobrevivência. Mas, graças à perseverança, Júnior Ramos como faz questão de ser tratado, está longe de configurar nessa lamentável estatística.
Filho de uma professora do ensino fundamental e de um policial militar, sonhou em ser engenheiro mecânico, mas pela inexistência do curso superior nessa área em Rondônia, parou de estudar ao concluir o ensino médio e resolveu encarar o mercado de trabalho. Todavia, não desistiu de investir no intelecto sempre lendo um livro atrás do outro.
Mesmo tendo o apoio dos pais, sempre buscou a independência financeira. Começou a trabalhar muito cedo. Capinou quintal, catou latinhas, lavou carro, além de ocupar diferentes funções como chapeiro, garçom, subgerente de restaurante, montador de móvel, auxiliar de almoxarife e técnico em informática.
Apesar de toda essa experiência profissional, passou quatro meses desempregado até que um dia ao desabafar que estava cansado de deixar currículos nas empresas, ouviu um conselho do amigo Walisson Schmoller “Por que você não abre um negócio de Skate já que é praticante desse esporte?”.
De pronto respondeu: “Não tenho condições financeiras”. Daí, o próprio autor da ideia lhe emprestou oitocentos reais que tinha recebido de uma rescisão. Diante do incentivo, Junior acessou o portal do Sebrae e se cadastrou como Empreendedor Individual adquirindo o CNPJ.
Transformou o quarto numa loja de acessórios para skates. “Durante o dia eu organizava as mercadorias em cima da cama. À noite, eu desarrumava tudo, colocando as peças no chão para dormir”, recorda o início da caminhada que foi marcada por obstáculos, inclusive a mãe lhe pediu várias vezes para desistir.
Não querendo depender da limitada clientela do bairro Nova Esperança na zona Norte, onde mora, todas as tardes o rapaz saia de moto com uma mochila nas costas cheia de produtos, visitando locais da cidade frequentados por skatistas, mas passou um bom tempo cumprindo essa rotina sem retorno.
“Como eu era ambulante, não passava credibilidade. Tinha dias que não vendia nada e chegava a ter um faturamento por mês de 150 reais fora os gastos com gasolina”, lembra o vendedor que chegava a carregar em média hum mil reais de produtos, porém quando vendia num dia o apurado, não passava de R$ 20,00.
Surgiu então outra motivação na difícil trajetória. O seu avô lhe emprestou uma quantia para alugar um ponto na rua Abunã próximo a Guanabara. Com endereço comercial fixo e CNPJ conseguiu crédito em bancos.
Na semana seguinte da abertura da loja, já estava numa agência bancária, contraindo um empréstimo ao lado da mãe que passou a lhe apoiar. Não tinha estrutura, quando abriu o estabelecimento comercial, nem sequer móvel para expor os artigos.
Porém, continuou firme com foco na sua meta e no ano passado a Regular Skate Shop que hoje funciona na avenida Campos Sales, conseguiu se firmar no mercado. A partir do dia 15 deste mês, a loja para skatistas e simpatizantes do esporte funcionará na Sete de Setembro em frente ao mercado do km 1.
Como todo empreendedor que se presa, não é apenas o lucro financeiro que lhe motiva a continuar investindo no empreendimento. Sua meta é apostar em ações que ajudem a difundir o esporte como, por exemplo, a competição Porto Velho Skate Contest 2015 que acontece nos dias 20 e 21 deste mês na quadra da Escola Maria Izaura.
Além desse evento que já está na terceira edição, planeja construir na capital de Rondônia, um Skate Park privado, onde o público possa curtir a modalidade esportiva com segurança num ambiente confortável.
Quer também desenvolver um trabalho social, abrindo o espaço gratuitamente para oferecer a oportunidade a jovens de baixa renda que se interessam pelo skate, mas não têm condições financeiras de praticar o esporte.
“Embora tendo uma família, eu cresci na rua e sei o que as pessoas precisam para crescer”, testemunha o idealista, querendo minimizar as dificuldades de outros “Juniors” da vida, que assim como ele, precisam de motivação para dar certo num Brasil, onde é cada vez mais difícil empreender dignamente.
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