Caminho da vida - por Carlos Sperança

Na avaliação dos chapas brancas, será muito difícil Leo Moraes reverter a vantagem de Mariana

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A Amazônia tem uma estrada conhecida como Caminho da Morte, construída na Bolívia por prisioneiros paraguaios detidos na Guerra do Chaco. Ela tem vários trechos pontilhados por cruzes e coroas de flores alertando para seus perigos. A BR-319, por sua vez, é como se fosse uma trilha de obstáculos desde 1976, construída no embalo do espírito desbravador da época.

 

A exemplo dos prisioneiros que abriram o Caminho da Morte sem o dever de garantir uma trafegabilidade segura, os construtores da 319 receberam a ordem para construí-la sem refletir nos custos de manutenção exigidos pelas condições especiais da floresta e nos impactos sociais e ambientais.

 

Na atualidade, refazer a BR-319 se tornou uma obrigação do governo, mas há obstáculos de toda ordem. Ampla, com quase mil quilômetros –, seu impacto sobre a vida amazônica, imediato e no futuro, na economia, meio ambiente e povos da floresta, não podem ser ignorados, para o bem ou para o mal.

 

Com o Brasil asfixiado pela polarização política entre uma falsa direita e uma falsa esquerda – na verdade, ambas são liberais, mas não se entendem por conta dos discursos personalistas de seus líderes –, obras necessárias são retardadas. Como no caso da exploração do petróleo na foz do Amazonas, o caminho correto é obter o consenso para fazer o necessário e prevenir os riscos com engenho, inteligência e tecnologia.

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A sepultura

As eleições 2024 sepultaram antigas lideranças rondonienses e mararam a ascensão de lideranças ascendentes no interior do estado. Os Donadons se mostraram decadentes em Vilhena, os Muletas em Jaru e os Amorins em Ariquemes. Surgem como lideranças em ascensão nomes como o delegado Flori Cordeiro em Vilhena, reeleito com larga margem de votos sobre a adversária apoiada pelo clã Donadon, o prefeito eleito em Ji-Paraná Afonso Mabel, e Adailton Fúria, prefeito eleito em Cacoal, um dos recordistas nacionais em percentuais de votos no pleito 2024.

 

Projeções futuras

Se confirmarem boas administrações nos próximos anos, Afonso Candido, Adailton Fúria e Flori Cordeiro, terão grandes chances de ascender no cenário rondoniense. Fazem lembrar nomes expoentes da política regional em décadas passadas, como Melki Donadon (Vilhena), José Bianco (Ji-Paraná) que foi senador e governador e Ernandes Amorim (Ariquemes) com mandato de senador, além de Chiquilito em Porto Velho, que formaram uma expressiva geração de prefeitos. Aída falando em termos de interior é preciso prestar atenção também em Joãozinho Gonçalves, atual prefeito de Jaru.

 

Parentes eleitos

Com parentes reeleitos a vereador na capital, o deputado Marcelo Cruz, presidente da Assembleia Legislativa e o deputado Alan Queiroz, saíram vitoriosos no pleito 2024. O pastor Evanildo, pai de Marcelo, e o vereador Junior Queiroz, irmão de Alan foram muito bem votados. Já, Jean de Oliveira não conseguiu reeleger o mano Marcio de Oliveira, embora conquistando uma boa votação no pleito do último domingo. A deputada federal Cristiane Lopes também não teve sucesso na eleição de um sobrinho. Lembrando que vereador bem votado, potencialmente é um predador dos deputados estaduais e federais na capital rondoniense.

 

A predileção

Porto Velho tem uma certa predileção por deputados federais ocupando o Palácio Tancredo Neves, sede do Poder Executivo municipal, instalado atualmente no Prédio do Relógio. Senão vejamos: o primeiro prefeito eleito pelo voto direto na capital rondoniense foi Jeronimo Santana, que anteriormente foi deputado federal. Igualmente foram deputados federais  José Guedes, Chiquilito Erse, Carlinhos Camurça, Mauro Nazif. Agora dois ex-deputados federais, Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos), ambos com  boas performances, disputam em segundo turno a prefeitura de Porto Velho.

 

Boas opções

Sem dúvidas, o portovelhense conta com duas grandes opções de escolha do próximo prefeito na capital. Mariana representa a continuidade de uma grande administração do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) tendo sido a grande campeã de todos os tempos na destinação de recursos para a prefeitura da capital. Além da rodoviária são da sua lavra recursos para a pavimentação de avenidas importantes. Já, Leo Moraes comparece a disputa, tendo sido o melhor vereador da sua geração, o melhor deputado estadual da sua legislatura, e igualmente o melhor deputado federal.

 

Pesquisas confiáveis

Os candidatos na peleja do segundo turno em Porto Velho precisam de pesquisas mais confiáveis para aferir a evolução nas suas campanhas em Porto Velho. Os institutos só querem saber de agradar os patrões, puxando a sardinha para aqueles que contratam as sondagens eleitorais. Os resultados têm que ser frios para poder orientar devidamente os comandos de campanha, o marketing e a própria militância. Disparidade entre os resultados obtidos pelos institutos mais uma vez chamaram atenção em Porto Velho. Eu sempre lembro, que eleição por aqui sem pesquisa fajuta e punhais da traição, não é eleição!

 

Via Direta

*** O advogado Márcio Nogueira caminha firme para sua reeleição na OAB Rondônia, fruto de um trabalho expressivo que tem elevada aprovação da categoria *** Pela sua projeção já se comenta nos meios políticos que será candidato a deputado federal em 2026 *** Na avaliação dos chapas brancas, será muito difícil Leo Moraes reverter a vantagem de Mariana, que somou uma diferença de 40 mil votos no primeiro turno na capital *** Do lado dos “contras” (os oposicionistas) a peleja já emparelhou, com Leo Moraes experimentando uma grande ascensão com os apoios recebidos nos últimos dias. *** Que rufem os tambores! Que façam as apostas! Dia 27, o segundo turno. Chapas brancas x Contras.

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