Mola hidatiforme, o tumor que surge durante a gravidez.

Mola hidatiforme, o tumor  que surge durante a gravidez.

Foto: Divulgação

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Mola cujo nome cientifico é neoplasia trofoblástica gestacional ou doença troboblástica gestacional, é uma gravidez só que anormal. É considerada um tipo raro de gravidez que leva ao aborto espontâneo.

Há dois tipos de classificação para Mola, que pode ser completa ou parcial

- No caso completo o óvulo perde os seus cromossomos, sendo fecundado por 1 ou 2 espermatozóides. Sem a participação dos cromossomos da mãe, não se forma o embrião, só se desenvolendo a placenta.

- Na gravidez em mola parcial o óvulo mantêm os seus cromossomas mas é fecundado por dois espermatozóides ou por apenas um tendo o dobro dos cromossomos normais. Constitui-se então, o ovo anormal com 69 cromossomos ao invés de 46, do qual resulta um feto anormal que geralmente morre pelo terceiro mês de gestação, mas a placenta continua o seu desenvolvimento.   

 O perigo da falta de tratamento  

Estas alterações podem ser benigmas ou malignas ( apenas 3% dos casos é maligno) no entanto, sem o devido tratamento, este conjunto de células anormais pode espalhar-se para fora do útero e gerar complicações, como um câncer, por exemplo. E é aí que mora que o perigo, porque mesmo após a curetagem, podem ainda permanecer células do embrião dentro do útero e estas podem virar um câncer.

O tratamento existe e uma vez diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 100% , enquanto que nas que o tumor expandiu-se amplamente, gira em torno de 85%. A maior parte das pacientes curadas preserva a função reprodutora. É importante saber que após o tratamento, é necessário esperar no mínimo um ano, para engravidar novamente ou corre o risco de ter uma gravidez de mola em cima da outra e as chances de cura irão diminuir.

O diagnóstico precoce

É extremamente importante procurar um médico e iniciar o pré natal logo após a descoberta de uma gravidez. Através de uma ultrassonografia, no início de uma gestação, é possível afirmar, quase com absoluta certeza se a paciente tem uma gravidez em mola e iniciar o tratamento adequado. A partir daí, outros exames serão feitos, porém é importante que a paciente não abandone o tratamento.

Indícios de mola

Náuseas e vômitos incontroláveis, alterações uterinas, ausência de sinais relacionados ao feto, ovários aumentados de tamanho e estado de intoxicação do organismo, como elevação da pressão arterial, pernas inchadas e perda de proteína pela urina, na primeira metade da gravidez.

Casos de Mola no Estado de Rondonia.

Segundo o Hospital do Base, são 122 os casos comprovados de mola no estado, sendo sendo 4 pacientes em tratamento quimioterápico na clínica São Pelegrino que tem uma parceria com o HB. As outras estão sob acompanhamento. A cada mês chegam entre 3 e 5 novos casos comprovados. A preocupação maior é que muitas pacientes, por razões diferentes, acabam abandonando o tratamento.

Casos de abortos

A coluna Espaço da Mulher procurou a Maternidade Infantil de Porto Velho, mas não obteve dados concretos sobre o número de abortos naquela unidade. É importante saber que o material colhido nestas situações, sejam encaminhados para laboratórios para uma análise completa. Porém a maioria do material colhido em abortos na Maternidade não é encaminhado para o HB para uma análise mais completa, sendo assim, não é possível saber, com precisão o número de casos de mola existentes no estado. Dados mostram que entre 20 a 30% dos casos de aborto, há a gravidez em mola e a biópsia é necessária para que haja comprovação.

Problemas de transporte e diagnósticos.

A demora no diagnóstico pode complicar a saúde da paciente. O problema maior está nas cidades fora da rodovia 364, onde a demora no atendimento e acesso aos exames básicos de pré natal, como ultrassom e sangue, impedem um diagnóstico precoce da doença. Os programas de pré natal são de responsabilidade das prefeituras.

Outro problema é o trasporte destas pacientes com mola comprovado para o HB em Porto Velho. O problema maior está na cidade de Cacoal, cuja prefeitura dificulta todo o trabalho de transporte destas pacientes. Esta demora na remoção pode significar a vida ou a morte de uma paciente.

 O abandono do tratamento

Sabe-se que uma vez não tratado, o problema pode evoluir e atingir outros órgãos, e o mais comum é que atinja primeiro os pulmões e em seguida o cérebro, tornando-se quase impossível a cura. Porém, por razões diferentes, muitas pacientes abandonam o tratamento. Eis algumas delas.

- O marido quer filho e não entende que é necessário esperar no mínimo um ano.

- A dificuldade financeira para ficar na cidade durante o tratamento

- A dificuldade de transporte nos municípios.

- Quando o problema atinge adolescentes, elas não levam o tratamento à sério.

O que é feito no HB para casos de Mola

O HB atende pacientes vindas do interior de Rondonia e de comunidades amazonenses vizinhas ao estado que são acompanhadas pelo Centro Gesta do hospital, coordenado pela dra. Rita de Cássia. Porém, existe um plano de levar ao interior do estado mais informações sobre a doença e treinamentos para os profissionais nos munícipios.

Dentro do Hospital de Base, foi criado um setor na ala de psicologia coordenado pela psicóloga Rose Britto, que visa trabalhar os aspectos psicológicos de forma individual das pacientes. Os maridos também foram convidados. No novembro azul aconteceram reuniões com os companheiros das pacientes. Eles frequentaram palestras ministradas por médicos com temas voltados para a saúde do homem e nutrição, fizeram exames para detectar ou prevenir hepatite, sífilis, aids e PSA.

A incompreensão de alguns maridos

Existe ainda, uma incompreensão muito grande por parte do homem diante das necessidades psicológicas da mulher durante o processo da doença. Muitos maridos se afastam, se concentrando no trabalho como forma de fuga.

O objetivo do setor criado na ala de psicologia do HB é envolver cada um dos maridos para que entenda as necessidades da mulher durante o processo da doença e a importância da continuidade do tratamento, pois é um longo período e o aspecto psicológico precisa ser trabalhado. Os maridos precisam entender que o momento é de proximidade, e não de afastamento


 


 


 


 


 

 

 

 

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