Pacto da Mediocridade - David Nogueira

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 1.     Assumamos o sagrado Pacto da Mediocridade

 
Não se sabe ao certo por qual motivo a angústia teima em habitar o coração de tantos moradores destas paragens do poente. O fato é corriqueiro, virou banal. Quase redundante! O resmungo pegajoso e persistente de tantas almas levam-nos a duvidar da saúde presente no “coco” superaquecido de muitos de nós. O tórrido sol de agosto desta invejada (no momento nem tão verde assim) Amazônia legal está fazendo vítimas “inocentes”.
 
2.     Gestores medíocres
Não obstante a presença de algumas obras (quase sempre de qualidade duvidosa), a percepção que existe na população sobre os dirigentes políticos das municipalidades e do Governo Estadual (não vou tratar do nacional, cujos problemas e golpes merecem detalhamento mais apurado) é algo próximo da tragédia. Eles fazem questão de, com gestos, ações e omissões, passar a imagem da incompetência, do descompromisso, do relaxamento total em relação ao interesse público.
 
3.     Inferno lotado
Obviamente, estas percepções estão distantes da realidade. No fundo, todos os administradores públicos gostariam de acertar e se tornarem “um marco histórico” em suas cidades ou em seu Estado. No entanto, como diria o profeta: “de bem-intencionados, o inferno está cheio até o tampo”. A responsabilidade pela montagem de equipes medíocres é exclusivamente de quem pediu voto para ser eleito. Só dele, que jurou, na boca de urna, fazer diferente. Na modesta realidade de nossos sonhos, nossas expectativas nunca foram a de transformar em 4 anos nossas combalidas prefeituras em algo parecido com as cidades suíças presentes aos pés dos verdejantes alpes europeus... No entanto, todos nós esperávamos mais... muito mais!
 
4.     Poderes incapazes de ajudar com gestos...
Voltando à percepção, nossas cidades parecem se distanciar dos conceitos de beleza em galopes frenéticos, a “bordo” de um magnífico Pégaso do século XXI. O festival de obras paradas, inacabadas, mal feitas deixam a cidade com aspecto sujo... em alguns pontos, pelo tempo já passado, com aparência desoladora. Os Poderes são incapazes, incompetentes crônicos, descompromissados plenos na vontade de sentar e achar solução inteligente que respeite o cidadão comum, preserve a cidade e proteja o Estado. Obra parada é cidade suja. É diploma maior da suprema falência de todos os poderes... uns mais do que outros, mas todos, todos, todos com culpas (por ação, omissão, vaidade ou pentelhice).
Segundo um “comunicativo vereador” da capital, só a cidade de Porto Velho tem mais de 3 bilhões de reais parados na CEF que ajudam a desenhar um cenário cavernoso de obras paradas, inacabadas... abandonadas.
 
5.     Assinemos o Pacto da mediocridade
Para evitar o sofrimento, resta-nos apostar todas as fichas no sagrado “pacto da mediocridade”. O Governo finge administrar; os Poderes fingem se importar ou fiscalizar e, por fim, o cidadão finge acreditar nessa baboseira tão bem consagrada pela Lei. Quanto mais elevada for a fé naquele “pacto”, maiores serão as chances de se atingir o sonhado patamar da felicidade. Quanto a mim, confesso ser cada vez mais difícil alcançar essa tão almejada graça... acho que vou chorar!
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