PERDA: Morre Teixeira de Manaus, saxofonista famoso na região Norte

O músico amazonense Rudeimar Soares Teixerira, o Teixeira de Manaus, morreu hoje, dia 18 de janeiro de 2024, aos 80 anos, em Manaus

PERDA: Morre Teixeira de Manaus, saxofonista famoso na região Norte

Foto: Reprodução

O músico amazonense Rudeimar Soares Teixerira, o Teixeira de Manaus, morreu hoje, dia 18 de janeiro de 2024, aos 79 anos, em Manaus. Ele foi vítima de câncer na hipófise (responsável pela controle da maioria das outras glândulas).
 
Ele estava, desde 2023, na UTI do hospital Santa Júlia, onde veio a óbito na madrugada, por volta de 3h.
 
Teixeira de Manaus é autor do hit “Deixa o meu sax entrar”, a Música que é a Cara de Manaus, segundo resultado de enquete popular realizada pela Rede Amazônica de Televisão/Globo, em 2019.
 
Com essa música, Teixeira de Manaus conquistou público para além do Amazonas, principalmente nas cidades nortistas e nordestinas.
 
 
DO CATALÃO E O RT4
 
Nascido na costa do Catalão, comunidade localizada na confluência dos rios Solimões e Negro, região hoje pertencente ao município de Iranduba, o jovem Ruideimar migrou para Manaus na década de 1960, em busca de formação escolar.
 
Depois de passar por vários grupos musicais, tocando flauta e saxofone, já na década de 1970, criou o grupo RT4, uma referência a Rudeimar Teixeira e seus quatro músicos.
 
O até então Teixeirinha, era chamado pelos colegas de maestro Teixeira, em reconhecimento à sua atuação como músico profissional.
 
Com o RT4, portanto, o maestro tocou em casas noturnas de Manaus e nas festas de santos e outras festas populares dos “beiradões” amazonenses. Assim, a fama do maestro do saxofone se ampliou para outras terras outras águas.
 
 
UMA NOITE NO SARAMANDAIA
 
Em 1980, quando tocava na boate Saramandaia (extinta), em Manaus, recebeu a visita de Pinduca, o Rei do Carimbó. Este, portanto, já fazia sucesso com o gênero paraense no Brasil e em outros países.
 
Assim, entusiasmado com colega amazonense, Pinduca lhe propôs a gravação de 15 músicas, nos estilos lambada e carimbó. O que foi, prontamente, aceito.
 
Dessa forma, em 1981 é lançado pela gravadora Copacabana o primeiro disco assinado por Teixeira de Manaus, “Lambada para dançar”, com o acompanhamento da banda da Pinduca.
 
Como resultado, o long play (LP) vendeu mais de 100 mil cópias e o saxofonista foi agraciado com o Disco de Outro, deferência top do mercado a um grande sucesso.  
 
 
O SAX ENTROU
 
Em 1982, chega ao mercado “Teixeira de Manaus: solista de sax“, segundo volume, com “Deixa o meu sax entrar” como aposta de sucesso.
 
E deu certo: a música se alastrou pelo Brasil e popularizou a lambada amazonense.
 
Teixeira de Manaus, a partir daí, cravou o seu nome na história da música popular amazonense.
 
Desde então, suas músicas atravessam gerações e hoje são tocadas tanto em salões chiques quanto nos beiradões.
 
Por sinal, o solista de sax é considerado pelo público como  um dos criadores da lambada amazonense – ou música de beiradão –, assim como Pinduca é o rei do carimbó.
 
 
O REI DO BEIRADÃO
 
O estilo musical beiradão, no contexto da indústria fonográfica, é o resultado da miscelânia de outros variados ritmos dançantes, entre os quais o forró, o carimbó, a salsa, a cumbia, a guitarrada paraense e o jazz.
 
Por ter se tornado um fenômeno da música brasileira, portanto, Teixeira de Manaus causou interesse da academia universitária que estuda a sua trajetória de vida artística.
 
Por isso, é tema de TCC (trabalhos de conclusão de cursos), dissertações de mestrado e teses em ciências sociais, com ênfase na música.
 
“Teixeira de Manaus criou um jeito seu próprio cantar e compor e até pelo nome que adotou [Teixeira de Manaus] leva a cara do amazonas na nossa música”. Foi o que afirmou Ítalo Jimenez, saxofonista e educador musical, em entrevista a Darle Silva Teixeira. Ela é autora da dissertação “O beiradão está em festa”, defendida no PPG Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH/UEA).
 
“Os músicos amazonenses foram fundamentais na formação da lambada, na medida que estreia na indústria [adotou a] a estratégia de Pinduca ao lançar a lambada no mercado fonográfico. Desse modo, podemos dizer que as composições discográficas de Teixeira de Manaus foram marcadas pelos laços da lambada paraense, desde o início da sua composição, aprofundando-se ainda mais durante as gravações realizadas fora de Manaus, sob os arranjos de Pinduca e seu conto”, avalia o pesquisador Bernado Mesquita no seu livro Das beiradas ao Beiradão (Valer).
 
 
Homenagens
 
Em junho de 2012, Teixeira de Manaus foi o grande homenageado da 7ª edição do Festival Amazonas Jazz, no Teatro Amazonas. O público o aplaudiu de pé no show que teve como tema “O Beiradão”.
 
No ano passado, ele foi tema do carnaval da banda do Boulevard, criada em 1978, e que reúne milhares em suas apresentações de rua.
 
O escritor e poeta Tenório Telles, membro da Academia Amazonense de Letras, é o autor da letra de “Teixeira de Manaus é beiradão: cultura do Amazonas em canção”.
 
“Entre esses criadores [artistas da música amazonense], sobressai a figura de Teixeira de Manaus, um dos mais talentosos e respeitados instrumentistas do Amazonas. Ele faz parte do imaginário de várias gerações que dançaram sob o ritmo de seu saxofone mágico”, poetizou Tenório sobre o homenageado.
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